30 de agosto de 2011

De uma aluna do colégio "FACEBOOK"


Lembro me bem quando entrei para este colégio. Foi em 2005 e apenas pessoal das universidades estavam nesta rede social. Transferi-me do colégio "Hi5" por conflito de interesses... Uns anos depois, o colégio passou de privado para público... e assim começou a novela.



Foi muito interessante ver a transferência de quase todos os alunos de Angola para este colégio. Mais interessante ainda foi entender a dinâmica dos mesmos, e concluir que não se precisa de muito para entender a essência do povo angolano, basta apenas entrar para este colégio e acessar a network ANGOLA. Lol .


Ao entrar para o pátio, vejo sempre os “presentes”. Nos News Feeds estão SEMPRE presentes. A sua maioria explica que expirrou, olhou para esquerda ou para a direita. Raramente dizem algo de novo, apenas existem para aquele icon de posts mais recentes fique sempre com mais de 350 posts.


Depois temos as “gostosas” e “gostosos”. Passam mais tempo despidos do que outra coisa. Em 100 fotos (pois são capazes de upload isso tudo!), apenas 2 estão totalmente cobertos. Têm os seus profiles abertos, pois como os bons narcisistas que são, precisam de ser apreciados. Uns têm descrições que nada têm haver com as fotos (“ Deus dai me forças... Sou uma grande mulher... A força interior é que me ajuda a ser o que sou... bla bla bla..) outros nem se dão ao trabalho de pôr descrições, as fotos falam por si.


Claro que meia volta um/a ou outro/a gostoso/a fecha, o seu profile tornando-o privado, pois das duas uma, ou tornaram-se VIP´s o suficiente e já não precisam de tanta audiência ou começaram a entrar demais na boca do resto do colégio.


Temos também os “Da diàspora”. Como a maioria até estuda (subentende-se!), têm mais tempo para ficar na interacção. Estes postam com frequência, estão CONSTANTEMENTE nos chats, sabem tudo sobre vídeos de YOUTUBE e são os que mais postam “I MISS HOME”! Contudo, neste grupo, temos um ou outro que vê muita MTV, e acredita piamente que é a encarnação do Lil Wayne, Jay Z, Gucci Mane e todo resto de rappers americanos. São fáceis de reconhecer, em quase todos os seus posts nos deparamos com a palavra SWAGGA. Não confundir com os “Wannabes” que acreditam que a Louis Vuitton, Gucci, Burberry entre outros são as portas para os céus, pois estes também são adeptos da mesma palavra.


Não nos podemos esquecer dos “haters” que não fazem nada a não ser percorrer os perfis das pessoas e apontar tudo e mais alguma coisa, errada ou não. Não conseguem fazê-lo pessoalmente, por isso preferem usar esta via.


Temos também alguns imaturos, que adicionam literalmente todo mundo e ainda acham que devem interagir, comentanto em posts de pessoas com quem não lidam e quando passam por eles nem conseguem piar.


Meia volta tropeçamos em um ou outro intelectual, que apenas fala sobre coisas profundas e usa o “colègio” como meio de propagação de boas novas.


Temos ainda os que estão constatemente a mandar recados para os seus supostos “malfeitores” com status como “Os meus amigos verdadeiros sao este, esse e aquele.”... “Todos os que me odeiam vão para o inferno”... apenas não percebo a razão para ter os mesmo como seus amigos no facebook...


Depois aparecem os casos de relacionamentos que todo mundo vive, quer os amigos, como os amigos dos amigos e toda a network se possivel. Sempre que discutem, acabam, retomam, dão um tempo, a relação torna-se complicada, se divorciam, ficam solteiros, e casam, todo a comunidade do “colégio” tem que saber. OBRIGATORIAMENTE.


Temos um ou outro que visto ter mais do que 5 andamentos (entende-se namoradas/os)no seu perfil, decide abrir outro, ou melhor outros perfis de modos a poder gerir as relações.


Não esqueçamos do pessoal que apenas sabe parabenizar e concordar com certas atitudes rascas que volta e meia vemos “Dei uma surra na/o gaja/o” -- comentário: Isso mesmo amiga/o.


Poderia ficar aqui a descrever muuuuiiitaaa coisa que vejo neste meu colégio, mas deixa lá, afinal de contas, estamos todos lá. E como dizem, os incomodados que se retirem.


Mas muitas vezes me pergunto se muita gente não pensa antes de agir. “Redes sociais” são como uma faca de dois gumes. É uma grande maneira de nos auto-promovermos e de (re)conectarmos com o resto do mundo, contudo a que lembrar que estamos sempre muito expostos e propensos a sermos ridicularizados. Sinto que actualmente o Facebook serve como palco para muita gente, que sente uma necessidade quase absurda de 15 minutos de fama.


Eu não fico atrás, pois como muita gente, já bisbilhotei, já ri, já gozei e já opinei. Mas sinto que esta febre já me passou e que a realidade começou a assentar.


O Facebook é um grande espelho da nossa sociedade, aonde a superficialidade, hipocrisia e imaturidade emocional predominam. Vivemos de aparências, até nas redes sociais. Lol.


Perdoem-me se feri algumas sensibilidades, mas temos que aprender que não se faz tudo, não se fala tudo e principalmente, não se EXPÕE tudo. Contudo, somos livres de fazer o que quisermos certo???? ehehehheheheeh


29 de agosto de 2011

A guerra que nao vemos...


Deparei me com este video e achei por bem partilha-lo. E longo, o tema e controverso mas vale a pena ver. 


Para legendas, clique no icon CC do lado direito do video e escolha a lingua. 


Obs: Teclado em ingles, desculpem-me a falta de acentuacao!

28 de agosto de 2011

Dia 3 - Um livro que adores

O tema de hoje até era para ser rápido, mas como escolher apenas um livro que eu adore, quando a minha lista parece não ter fim??????

Decidi optar pelo livro "Infiel" da somali-holandesa Ayaan Hirsi Ali,feminista,activista,política e escritora.

É uma autobiografia da escritora, que após uma infância sem amor (eufemismo deixa-me frisar!) e recheada de violência (Ayaan e sua irmã foram vítimas da circuncisão feminina e violência doméstica) imigrou para a Holanda aos 20 anos como refugiada para fugir a um casamento arranjado e para conseguir a sua independência.

Ayaan tornou-se famosa por vocalizar o seu descontentamento em relação ao Islamismo e a Circunsição Feminina, e por em 2004, juntamente com o controverso cineasta Theo van Gogh (último descendente do famoso pintor), ter feito um filme intitulado "Submissão" sobre a opressão da mulher nas culturas islâmicas.

O filme foi fortemente criticado pelos muçulmanos, que o consideraram uma desgraça para a sua religião, pois este mostrava mulheres semi-nuas, com textos do Alcorão escritos nos seus corpos.

Este filme resultou na morte de Theo Van Gogh e na fuga de Ayaan da Holanda, devido as ameaças de morte,tendo vivido durante algum tempo na Califórnia, Estados Unidos da América.

A revista "Time" considerou-a uma das cem pessoas mais influentes no planeta em 2005.

Recomendo para quem estiver interessado em ler uma estória apaixonante e verdadeira,contra os excessos do islamismo e a favor dos direitos da mulher. Um livro que foca na busca da liberdade e coragem e na luta contra a submissão e desigualdade.

Gostei da maneira apaixonante e viva que ela descreveu a sua infância e adolescência, a sua vontade de mudar a sua realidade e a maneira com que ela aos poucos foi perdendo a fé, tornando-se ateísta, mostrando-me como certos extremismos podem sim afastar crentes. Muitas das descrições são extremamente gráficas e brutais, pelo que aconselho os mais sensíveis a ter cautela.

Contudo,o livro pecou pelo facto de que os últimos capítulos focavam-se apenas na opinião tendenciosa de Aayan sobre religião e África, fazendo parecer que o islamismo é uma religião de extremistas e que os africanos não passam de selvagens.

Entende-se que ela tenha essa opinião, pois é fruto de tudo pelo qual ela passou, mas não esqueçamos que todas as religiões têm extremistas e que África não é apenas violência e atrocidades. Não devemos julgar o todo pela parte.


Obs: Caso estejas interessado/a em ver o filme aqui têm o link - http://www.youtube.com/watch?v=aGtQvGGY4S4  

25 de agosto de 2011

Feira Internacional da música e da leitura

Para os interessados, de 22 a 28 de Agosto,  está a decorrer na CEFOJOR, a 5ª Edição da Feira Internacional da Música e Leitura.

A feira, uma oportunidade de convívio e intercâmbio cultural, tem como "objectivos fundamentais a promoção e circulação do livro e do disco, facilitando o acesso e a circulação num só espaço..."(Jomo Fortunato).

Achei interessante partilhar e espero que aproveitem!


Alimentando a alma...

Deve ser internacionalmente sabido que o que alimenta a minha alma é música! :) Hoje, a minha primeira refeição é a música "It could have been you" da Joss Stone.

 
Do albúm "Color me free", 4º album da cantora, lançado em 2009, "It could have been you" é uma música que adoro ouvir, quer pela melodia quer pela letra ,sendo esta a minha música preferida do álbum, que por sua vez tem outras delícias como “Mr.Wankerman” e “Stalemate”.


Uma mistura eclética de pop, soul, R&B, funk, hip-hop, and gospel sounds,o album foi produzido entre muitos por Joss Stone, Conner Reeves, Jonathan Shorten , Raphael Saadiq etc...

 
Do ponto de vista musical , o albúm em referência foi muito aclamado, contudo por conta dos problemas com a gravadora, o álbum não foi muito divulgado e vendeu apenas 100 mil cópias mundialmente.

Curioso que a capa do disco que apresento foi censurada pela sua gravadora na época,conotada como "ofensiva", sendo este um dos motivos pelo qual ela mudou de gravadora.

Joss Stone é conhecida pela sua qualidade vocal e também por actuar descalça (ehehehehe será que não viu essa aqui por áfrica!?). Foi nomeada para 4 grammys e ganhou 1.

O que mais gosto no álbum? O casamento entre a instrumentalização, facto de ter sido gravado por uma banda em uma semana (nice não!?), a voz mediática da Joss Stone e a sua capacidade de interpretação.


O que menos gosto? A Joss parece estar um pouco frustrada com o sexo masculino, sendo que a maioria das letras são direcionadas para o sexo oposto! :D


Recomendo mesmo, quando a almazinha estiver um pouco esfomeada!


Beijokas



Obs: Vou ser sincera, comprei o CD, e só comecei a aprecia-lo quase um ano depois :(. Shame on me.





Dia 2- Um tópico do qual tens uma opinião vincada

Não me recordo de ver muitos meninos de rua ao crescer.

Também não tinha o hábito (e permissão) de estar na rua com frequência, pelo que as minhas brincadeiras em muito resumiam-se em correr no meu quintal.

À partir da 5º classe, comecei a ir para a escola a pé, e o que via na rua com frequência eram “malucos” (sendo que apanhei uma grande corrida de um!).

Até a minha adolescência, sempre vivi no meu pequeno mundo, no qual só existiam os 3T e os Backstreetboys (exactamente!) pelo que era extremamente oblívia ao que se passava ao meu redor.

Eventualmente comecei a aperceber-me que o mundo não era tão colorido quanto eu achava. Já ia para a escola de carro, já ficava no trânsito, e já via meninos a virem bater na minha janela a pedir esmola.

Confesso que sentia uma certa repulsa, do género “ele está sujo!”, mas aos pouco a minha sensibilidade passou a vê-los de outra maneira. Sempre que podia e me lembrava, dava uma esmola.

Uns bons anos depois, li um artigo que me fez repensar as minhas atitudes para com todos os pedintes de rua.

O artigo dizia que na maioria das vezes, as pessoas só não davam esmolas por preguiça de chegar até a carteira e retirar aquele troco que a maioria tem sempre.

Senti-me culpada, pois o artigo não podia ser mais realista, pelo menos em relação à mim. Sempre fora aquela preguiça que me fizera abanar a cabeça e lançar um olhar desolado aquele menino que me vinha pedir esmola. Desde então passei a dar sempre que tivesse, fazendo o esforço “físico” e “mental” de pegar na minha bolsa e tirar um simples trocado.

Mais uns anitos, após voltar de vez para Angola, passei a viver triste com a miséria à minha volta e com a minha incapacidade de ajudar quem precisa. Passei para a fase de acusar incessantemente o Governo de negligência para com os mais necessitados, vivendo numa raiva e revolta contante. Acreditem, eu estava extremamente infeliz com a realidade do meu pais.

Até que um dia ouvi a música do #Valete – O mundo muda a cada gesto teu. A letra desta música causou uma espécie de epifania. O Valete diz na sua letra que “Não há revolução sem a tua contribuição.Partilha o afecto porque há sempre alguém que tu ajudas,Espalha a verdade porque há sempre alguém que tu educas, Denuncia o mal porque há sempre alguém que te escuta, Há sempre alguém que te segue quando acreditas na luta, Muda tu o mundo não fiques à espera de Deus,O mundo muda a cada gesto teu.”

Ele não podia estar mais certo. Decidi parar de falar e passar a fazer. Ajudar quem eu posso. Porque convenhamos, nãotenho a capacidade de ajudar todos angolanos que precisam, mas sempre que ajudar ao menos um, o mundo melhora.

E hoje, em conjunto com um grupo de amigos, criamos a “Sopa dos Kanukos”. Somos poucos, mas somos verdadeiros. Pretendemos, com muito amor e vontade, ajudar meninos de rua a ir para lares ou voltar para as suas casas. Pretendemos trabalhar com lares para ajudá-los e melhorar a vida destes meninos. Somos fruto da comunhão de atitudes e de sentimentos, capazes de resistir às forças exteriores.

Neste presente, o que falta para muitos de nós é tempo e disposição. Mas é mesmo isso que tentamos ter sempre, pois existem meninos que realmente precisam.

Acredito que o homem pode ser - e é - bom e generoso naturalmente, sem necessidade de intervenções culturais (como religião e crença).

Não é preciso muito, acreditem. Solidariedade não é dar um show uma vez ao ano e entregar donativos e não recordar-se sequer do nome de uma criança do lar que recebeu a doação. Não é esperar que liguem e peçam que doe uma camisa. Não é oferecer os restos do natal para quem “necessita”. Solidariedade não se compra nem se vende. È necessário apenas amar ao próximo e saber dar sem receber.

Sou solidária de coração. E como tudo, é uma opção de vida. Predispus-me a ser advogada do voluntariado, pois o voluntariado contribui para um mundo mais justo e mais solidário.

Não esqueçamos que é graças a esse tipo de trabalho que muitas ações da sociedade organizada têm suprido o fraco investimento ou a falta de investimento governamental na reinserção de meninos de rua.

Vamos ser a mudança que tanto queremos ver em Angola.






23 de agosto de 2011

Dia 1 - 5 maneiras de te conquistar

Awww começamos bem!

1. Educação - Qualquer pessoa no mundo conquista-me se for bem educada. Um simples bom dia, com licença, por favor e muito obrigada fazem maravilhas comigo.

2. Sentido de humor - Adoro pessoas bem humoradas. Regra geral o bom humor está associado ao positivismo e todos nós precisamos de pessoas positivas à nossa volta. Gosto de pessoas capazes de rir espontaneamente quer de si mesmo quer da vida em geral.

3. Música - Ok mais do que pessoas educadas e com sentido de humor, adoro qualquer pessoa que goste realmente de música,que acorde, bebe, come e respire música.

4. Responsabilidade - Admiro pessoas que saibam responder pelas conseqüências dos próprios actos ou pelas dos outros.

5. Criatividade - Qualquer pessoa criativa conquista-me. A capacidade de criar é algo que me encanta e fascina. A habilidade criativa das pessoas está de certa forma ligada aos seus talentos, pelo que adooorooo pessoas talentosas( Não restrinjo a creatividade e talento apenas para artes,pois estão em todos os campos possíveis e imaginários).


------> Tarefa cumprida com sucesso! :) E tu? 5 maneiras de te conquistar? Faz la uma pequena auto avaliação e diz me!







Desafio - "Blog 30 dias".

Muitas vezes (para ser sincera a maioria das vezes...!) "bloggar" é um acto muito complicado para mim. Passa-se mais ou menos assim:

1. Assim que sair do office escrevo!

2.Ohhh hoje à noite sem falta vou escrever!

3.Hummm daqui a 5 minutos começo.

4. Ohhh já são 22 horas, é melhor fazê-lo amanhã.

5. Ohhh tenho um optimo tópico.

6. Tenho outro optimo tópico.

7. Tenho um terceiro optimo tópico.

8... Não sei o que escrever...


Lol. É engraçado, mas é verdade, pois dou por mim sem escrever durante semanas! Mas hoje encontrei aqui na net, um desafio muito interessante! Tem uma lista de tópicos abaixo, e durante 30 dias certos irei postar as respostas em formato de blog. Não me irá impedir de escrever sobre outros assuntos, mas será com certeza um exercício divertido para mim! Vou ver se convenço os meus amigos bloggers a fazer o mesmo! Beijokasss e daqui a nada começo! Mwahhhhh



Obs: Tirei o post de um site em inglês, mas postarei tudo em português!

12 de agosto de 2011

...Que podemos fazer ?...

Luanda é,sem duvida, a cidade mais “falada” do pais… E não deixa de ter razões para tal. Capital do país, extremamente populada e aonde tudo supostamente acontece. Palco de estórias inéditas, engraçadas, horrorizantes e emocionantes, a minha cidade é uma pequena caixinha de surpresas. Mas hoje, quero comentar sobre um fenómeno que a muito noto e que acredito nunca ser tarde para falar sobre ele. Obsessão por carros caros. Por parte de mulheres e homens. Adultos,adolescentes,crianças. Sair a rua em luanda é um verdadeiro stress, por apenas uma única razão:excesso de carros, escassez de estradas.Para um país africano, admiro a quantidade de carros caros existentes na nossa cidade. Em luanda, econtra-se de tudo e em grandes quantidades. Aliás, em quantidades tão grandes, que até parece que os carros foram apanhados em árvores. Típico exemplo disso, é o caso do Range Rover, vulgarmente conhecido como «tubarão». Nao acredito que exista um ser humano na minha cidade que não pare e vire para apreciar a beleza deste carro. Eu pessoalmente o faço. De alto porte, o « tubarão » é um carro que para muitos inspira poder e...muito dinheiro. O preço inicial de um Range Rover fica por volta dos $75.000 sem acessórios. Não esquecendo que um Range Rover não é Range Rover sem acessórios...O preço tende a duplicar. E contando que em cada esquina da cidade tem no mínimo três, literalmente falando, deixa-nos aquela pergunta no ar... será que temos assim tantos endinheirados nessa cidade? Isso não me incomodaria nem um pouco, se não fosse o facto de muita gente medir o carácter das pessoas pelos carros que estas conduzem. Quanto mais caro, mais « fixe » a pessoa aparenta ser. Pode parecer meio exagerado, mas é a infeliz realidade da nossa sociedade. A juventude de agora, acredita fervosamente que carros caros são sinal de « viver bem ».... e quem não quer viver bem ? A sociedade luandense  tem vindo a ser guiada por valores um "pouco" (prestem atenção ao eufemismo) fúteis e imediatistas. Todos querem ser vistos em carros caros para serem mais apreciados e supostamente respeitados. E por mais incrível que pareça, a faixa etária para esse tipo de pensamento tem vindo a diminuir cada vez mais. Antes, eram os que eu considerava mais adultos, na faixa etária dos 25 para cima. Actualmente, até o meu primo de 15 anos acredita que por andar de bicicleta não vai poder arranjar namoradas badaladas. « Eu ando de bina, por isso é que elas não olham para mim. Mas deixa eu conduzir um murano que a cena muda de figura ». Quando ele disse-me isso, achei imensa piada, mas agora vejo o quão entranhada esse tipo de mentalidade esta. E o pior é que ele tem razão. Meninas/os agora só querem namorar meninos/as com carros caros. Motas também servem. Moças/os só querem andar com moços/as com carros caros. Senhoras/es só querem casar com senhores/as com carros caros. É uma obessão nacional. Não sei se isso vai mudar em um futuro próximo. No nosso estranho presente, a chave para uma grande vida social, são as chaves de um BMW, um Mercedes, Range Rover ou algo que pareça caro. Como o meu  primo disse-me uma vez “Conduz um lexus e tu só precisas de estalar os dedos para teres todo mundo a tua disposição…” ... Nem consegui responder!

4 de agosto de 2011

Curioso!

... 10 palavras/expressões que irritam-me bastante:

1- Meu/Minha Broto/Brota (Por favor...porquê?)
2- Voçê (Não me trate por voçê, em momento algum. Obrigada.)
3- Fêmea do rato (Por achar que menores de idade irão ler isto vou apenas descrever o animal que a palavra representa).
4- Pergunta- Vais sair? Resposta – Hamm? (Hamm não é resposta. O correcto é dizer “diga” ou “repita” ou “não percebi”...)
5- My nigga (Esta expressão é perjurativa, quem me dera que as pessoas entendessem o real significado!)
6- Wharido! (Esta expressão não existe em dicionário algum. Por favor deixem de usar).
7- Qualquer tipo de palavrão em português (P***, F*** d* p***, m****, c****)
8- OMG!(OEMEGEE)(Naquele tom de voz bem aguçado... para irritar me mais ainda).
9- Watsup Bitch! (Realmente não sei em que momento é que esta expressão consegue não ter uma má conotação.)
10- Cumé wui... (Não é por nada... mas detesto a palavra "wui")


...10 palavras/expressões que uso com frequência:

1- Obrigada (Estou constantemente a agradecer!)
2- Com licença (Expressão que muita gente deveria usar)
3- Por favor (Outra expressão que muita gente deveria usar)
4- Excuse me? (Com atitude!) (Quando oiço um absurdo)
5- Oh please!! ( Com ironia!) (Quando já perdi a paciência!)
6- Não te estiques (Quando sinto que já estão a querer extrapolar).
7- Amiguinha (Para gozar com as minhas amigas).
8- Its ok. (Quando já não me apetece argumentar).
9- No máximo. (Para explicar o quão bom algo está/é/será).
 10- I mean... (Ehehehe sinto a necessidade de me explicar toda hora!)


E tu? :)

2 de agosto de 2011

Rappers VS Bloggers

... Cai de paraquedas em um tag do Facebook, aonde o meu querido amigo TulyMong decidiu que eu também deveria participar de alguma maneira no jogo de futebol de beneficência (se assim posso chamar) e confraternização  de rappers contra bloggers...! Pareceu uma ideia porreira, aonde a diversão e a filantropia haveriam de se encontrar. 

...Decidi dar o meu contributo quer aos meus amigos presentes no jogo, quer ao beneficiários dos donativos que seriam angariados, pelo que peguei em mim e a minha companheirazita (a maquinazinha que nao me larga) e la fui passar uma tarde super agradável e divertida. 

...Sendo uma blogger amadora, decidi ficar do lado laranja (bloggers) embora nao tenha recebido tshirt lol. O meu team, um pouco desgovernado (sem treinador) e um pouquinho fora de forma, primou pela boa disposição, forca de vontade e sentido de humor. Nao parei de rir a tarde toda, com os constantes comentários dos DinoCross (corrigem me se estiver errada), as conclusões do Tuly, os gritos do KellyStress etc etc... Os reppers pareciam mais organizados e decididos a ganhar, embora o Cenas tenha tentado ao máximo travar todos os golos que os bloggers sofreram. 

A uma dada altura, já tinha eu perdido a noção de quanto o jogo estava, pois eram tantos os golos quer na baliza dos bloggers quer na dos reppers, os bloggers so diziam que o jogo estava empatado. 

Gostei imenso de ver a camaradagem e confraternizacao dos bloggers e dos reppers, visto que sinto que muitas vezes exista uma tensao entre ambos. Espero que eventos como este se realizem com mais frequencia e com certeza voltarei a participar! Curtam a pequena reportagem fotografica! 



CFK - Correu que chega... :)

Lino

Cenas que Curto


X da Questão

Preparando a entrada triunfal...

1 de agosto de 2011

É preciso ter paciência...!

Após uma pausa da cidade de Luanda por uns meros 3 dias, cheguei a um conclusão que vamos todos achar óbvia: a nossa terra é a nossa terra. Logo a seguir, outra conclusão: o ser humano nunca esta satisfeito!!! :-)

Desloquei- me para Lisboa devido a um projecto da empresa aonde trabalho. Foi um voo calmo no qual dormi boa parte dele. Acredito que já repeti inúmeras vezes que odeio viajar. Melhor dizendo, odeio o processo de fazer malas, fazer check-in, passar por seguranças, colocar e retirar o bilhete de passagem e passaporte da carteira, e para culminar, ficar de 0 a 7 horas fechada dentro de um objecto cilíndrico cerca de 37 mil pés acima do mar e com uma velocidade de 900 km por hora.

Sei que soa exagerado, mas confesso que o meu medo de alturas faz me ver as coisas de maneira diferente. Apesar de tudo, é um processo inevitável nos dias de hoje, processo do qual eu deveria estar mais do que agradecida, pois acredito que passar mais do que uma semana no mar para chegar ao meu destino seria sem sombra de duvidas 1000 vezes pior.

Cheguei a Lisboa um pouco contrariada, mas já conformada. Este blog e bem capaz de demonstrar o meu lado impaciente e mau, pelo que aconselho aos mais sensíveis ( especialmente se forem portugueses) a pararem agora. Lá fui apanhar as minhas malas e ao sair, sendo que não tinha nada a declarar, fui pelo caminho que eu chamo de " verde" . Fui interpelada por uma agente da emigração, que solicitou que eu entra- se para o compartimento das revistas. Lá fui eu, longe de achar que ia começar um verdadeira guerra com a dita agente.

Ela pediu que eu abrisse o meu troller. Eu, muito solicita, lá o fiz. Ela começa a verificar o que tinha dentro da minha mala e pára a sua busca ao deparar- se com a caixa de um relógio que eu trazia. Imediatamente pergunta me se o relógio era novo. Respondi- lhe que não. Suspirou e perguntou me se o relógio não era novo, qual era a razão dele estar na caixa. Apenas respondi que ando com a caixa dos meus relógios de modos a não perdê- los. A agente volta a suspirar, e com um ar extremamente impaciente diz : ah assim não da! Por uns meros segundos sei que a minha expressão facial foi de autêntica confusão, visto não estar a entender nada do que se estava a passar com a senhora. Optei por não dar uma má resposta, e calei- me. Logo a seguir, tira o relógio da caixa e decide inspecciona- ló, agora já sem esconder a sua impaciência.

Em seguida, ela pede me a factura do relógio. Comecei no mesmo instante a sentir a minha paciência a dissipar- se e a minha irritação a tomar conta. Afinal de contas, o que e que ela queria? Respondi lhe, já sem o mínimo de cortesia, que não tinha a factura de um relógio que comprara a um ano atrás. Claramente exasperada com a minha resposta, a agente decidiu atacar a minha máquina fotográfica digital. Deste momento para frente, nem perguntas mais fez, comecando logo a afirmar que visto que a máquina estar dentro de uma pasta, esta era nova com certeza, e que eu devia naquele momento mostrar lhe a factura da mesma. Limitei me apenas a voltar a repetir que não tinha a factura, pois começava a sentir a minha veia da má educação a latejar.

Acredito que a minha resposta, visto ser sempre a mesma sempre que ela afirmava, o que na minha cabeça apenas soavam a patetices, a estava a irritar completamente, pois aí ecomeçou a perguntar me se eu achava que ela era parva e que não sabia reconhecer algo novo. O meu primeiro ímpeto foi realmente responder com um sonoro sim a primeira pergunta dela, mas dediquei me apenas a responder lhe que ela provavelmente não via mesmo bem, visto que para mim ( e eu uso óculos) era mais do que óbvio que a maquina era usada. Entretanto, sempre a resmungar, pôs se a revistar a minha carteira e ao deparar- se com 2 telemóveis ( um com o sim card da Unitel e outro TMN) e um iPod, pergunta- me se eu tinha necessidade de andar com 3 telemóveis. Todo meu auto controle foi- se.

Comecei a alterar-me ao explicar lhe que a quantidade de telemóveis que uso não lhe diz respeito, que se ela já tivesse viajado, saberia que ao contrário o do que ela firmemente acredita, nao é necessário nem viável andar com as facturas de tudo usado que se encontra na mala, e que, muito sinceramente, nao pretendia vender nada que tinha na mala, mesmo porque acho um grande absurdo comprar algo no estrangeiro, usar em Angola, e ir vender a Portugal!! Valha me deus!! Gerou- se um bate boca, com ela a dizer que nós, angolanos, somos extremamente arrogantes e comigo a dizer que não sou culpada pela crise financeira que assolou Portugal, pois sentia que o que se passava com ela tinha algo haver com isso!!

Se calhar fui longe demais, mas confesso que fiquei frustrada com a implicância da agente. Corrijam- me se estou incorrecta, mas quantos de vocês já foram obrigados a pagar direitos alfandegários por quase todo material tecnológico, claramente usado, claramente teu?????

Ao ir para o Hotel, apanhei um taxi que escondeu o taxímetro e queria dar me um preço aleatório e logo a seguir apanhei outro ( pois desisti daquele) que nao conhecia absolutamente nada. Demorou quase 15 min só a procura da Av. 5 de Outubro.

Quando finalmente deitei me na cama do hotel, apenas pensei: ao menos em Luanda, as minhas expectativas estão abaixo do zero e saiu preparada psicologicamente para lidar com situações inusitadas. lol.