18 de novembro de 2011

E o tempo...

   As vezes espanto me com a minha capacidade de perder tempo.


Sim, perder tempo.

Ficar horas deitada, cheia de preguiça, enquanto o sol nasce e se põe.

Ficar horas na internet, a olhar para fashion blogs, fofocas, facebook, Perez Hilton, jornais, séries etc.


Ficar dias a trabalhar sem parar, não prestando atenção sequer se o dia está solarengo ou se está cinzento.

Perco tempo a ficar irritada com o insistente ladrar do cão da vizinha, com a demora do guarda a abrir a porta, com o colega que não entende que open space permite que eu oiça todas as conversas que ele tiver.

Perco tempo a ficar chateada com a insistência dos meus pais em ajudarem-me, com as mil perguntas de muitas tias e familiares.

Perco tempo a ficar chateada porque o fulano ou o cicrano não ligou para mim, perco tempo a guardar rancor e a jurar vingança.

Perco tempo a navegar no passado, a ter medo, a ser covarde, a não arriscar, a não sonhar.

Perco tempo com pessoas que não querem nem metade da minha disponilidade emocional.


Perco tempo cada vez que tenho dúvidas, pois estas quase sempre fazem-me... perder tempo.

Agora penso, será que a soma de todas as horas que passei perdendo tempo voltarão?

O tempo não para... nunca para.

Usamos sempre frases como “amanhã farei isso”, “tenho tempo” e “há tempo para tudo” com propriedade, mas na realidade ninguém sabe se existirá um amanhã ou se haverá efectivamente mais tempo.

A única certeza que temos nesta vida, é que o tempo passa.

Insisto em achar que tenho tempo para plantar a minha árvore, escrever o meu livro. Evito começar tudo porque “tenho tempo!”...

... Contudo, se tivesse tanto tempo assim, não se teriam passado já 22 anos desde o nascimento do meu irmão, 19 anos desde que entrei para o Colégio Elizângela Filomena pela primeira vez, 17 anos desde a morte da minha amada prima Janete, 15 anos desde que conheci a minha melhor amiga, 10 anos desde que descobri o amor pela primeira vez, 8 anos desde que fui estudar para fora de Angola, 6 anos desde que terminei o ensino médio, 5 desde que perdi o meu anjinho “Eliane Genifer” e ganhei o outro anjinho “Wendy Noah”, e 3 desde que terminei a faculdade.

O tempo passa sim pelo que é importante aproveitarmos ao máximo todo o tempo que temos.

Apreciemos o pôr do Sol, a Lua cheia, as ondas do mar, o sorriso dos nossos filhos e dos nossos pais, o Kuduro, o Semba, a Dipanda...apreciemos mais os nossos corações, a nossa mente e os que nos amam... a vida é curta, portanto vamos vivê-la.

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