Sim, perder tempo.
Ficar horas deitada, cheia de preguiça, enquanto o sol nasce e se põe.
Ficar horas na internet, a olhar para fashion blogs, fofocas, facebook, Perez Hilton, jornais, séries etc.
Ficar dias a trabalhar sem parar, não prestando atenção sequer se o dia está solarengo ou se está cinzento.
Perco tempo a ficar irritada com o insistente ladrar do cão da vizinha, com a demora do guarda a abrir a porta, com o colega que não entende que open space permite que eu oiça todas as conversas que ele tiver.
Perco tempo a ficar chateada com a insistência dos meus pais em ajudarem-me, com as mil perguntas de muitas tias e familiares.
Perco tempo a ficar chateada porque o fulano ou o cicrano não ligou para mim, perco tempo a guardar rancor e a jurar vingança.
Perco tempo a navegar no passado, a ter medo, a ser covarde, a não arriscar, a não sonhar.
Perco tempo com pessoas que não querem nem metade da minha disponilidade emocional.
Perco tempo cada vez que tenho dúvidas, pois estas quase sempre fazem-me... perder tempo.
Perco tempo com pessoas que não querem nem metade da minha disponilidade emocional.
Perco tempo cada vez que tenho dúvidas, pois estas quase sempre fazem-me... perder tempo.
Agora penso, será que a soma de todas as horas que passei perdendo tempo voltarão?
O tempo não para... nunca para.
Usamos sempre frases como “amanhã farei isso”, “tenho tempo” e “há tempo para tudo” com propriedade, mas na realidade ninguém sabe se existirá um amanhã ou se haverá efectivamente mais tempo.
A única certeza que temos nesta vida, é que o tempo passa.
Insisto em achar que tenho tempo para plantar a minha árvore, escrever o meu livro. Evito começar tudo porque “tenho tempo!”...
... Contudo, se tivesse tanto tempo assim, não se teriam passado já 22 anos desde o nascimento do meu irmão, 19 anos desde que entrei para o Colégio Elizângela Filomena pela primeira vez, 17 anos desde a morte da minha amada prima Janete, 15 anos desde que conheci a minha melhor amiga, 10 anos desde que descobri o amor pela primeira vez, 8 anos desde que fui estudar para fora de Angola, 6 anos desde que terminei o ensino médio, 5 desde que perdi o meu anjinho “Eliane Genifer” e ganhei o outro anjinho “Wendy Noah”, e 3 desde que terminei a faculdade.
O tempo passa sim pelo que é importante aproveitarmos ao máximo todo o tempo que temos.
Apreciemos o pôr do Sol, a Lua cheia, as ondas do mar, o sorriso dos nossos filhos e dos nossos pais, o Kuduro, o Semba, a Dipanda...apreciemos mais os nossos corações, a nossa mente e os que nos amam... a vida é curta, portanto vamos vivê-la.
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